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Estrelada por Anya Taylor-Joy, O Gambito da Rainha é um dos maiores sucessos da Netflix em 2020. Se você está entre os mais de 62 milhões de espectadores que já assistiu à minissérie, é provável que tenha se perguntado se Beth Harmon, personagem de Taylor-Joy, realmente existiu na vida real.
Beth Harmon, de O Gambito da Rainha, existiu de verdade?
A resposta objetiva e sem rodeios é: não, O Gambito da Rainha não é uma história real e Beth Harmon não existiu de verdade, sendo apenas uma personagem fictícia. No entanto, há algumas considerações importantes a serem feitas.
Elizabeth Harmon, por exemplo, é comparada com o mestre de xadrez Bobby Fischer, dos Estados Unidos, desde que O Gambito da Rainha estreou na Netflix. A comparação se deve ao fato de que, assim como Beth na série, Fischer começou a praticar xadrez cedo, aos 13 anos, e também foi campeão mundial ao derrotar um adversário soviético, Boris Spassky.
O que é um gambito?
Gambito (não confundir com cambito) é “uma artimanha para vencer o adversário” no xadrez; uma jogada em que se sacrifica uma peça em favor de conseguir vantagem na partida, muitas vezes como uma jogada que abala o psicológico do oponente.
Já mais especificamente, o “Gambito da Rainha” é uma das diversas maneiras de abrir uma partida de xadrez. Nela, o peão da rainha avança para liberar mais espaço para que o jogador possa movimentar as peças no tabuleiro.
Série inspirada em um livro
A série O Gambito da Rainha é inspirada em um livro de mesmo nome publicado pelo autor norte-americano Walter Tevis (1928 – 1984) em 1983, um ano antes de sua morte, aos 56 anos.
Na história, acompanhamos a jornada de Beth Harmon, uma menina órfã que se revelou um prodígio no xadrez e quer se tornar a melhor do mundo, embora tenha de lidar, simultaneamente, com um vício que adquiriu enquanto estava no orfanato onde cresceu.
Jogadores de xadrez russos são tão bons quantos na série?
Em O Gambito da Rainha, o objetivo final de Beth é ir até a Rússia enfrentar o atual campeão mundial de xadrez, o intimidador mestre Vassíli Borgov, que, assim como Harmon, é um personagem fictício — neste caso, comparado com Boris Spassky. Mas afinal, seriam os russos os adversários a serem superados no xadrez?
Desta vez, a resposta é positiva. O xadrez está intrinsecamente ligado à cultura da Rússia, desde a época da União Soviética. Como mostrado na série, é possível encontrar entusiastas de xadrez em parques públicos. Aliás, o famoso confronto entre Bobby Fischer e Boris Spassky na década de 1970 (apelidado de “partida do século”) e no meio da Guerra Fria, se tornou uma disputa política entre os dois poderes (capitalismo e socialismo), o que também é abordado no seriado da Netflix.
Segundo artigo publicado na Forbes em 2018, o xadrez “é associado com lideranças sábias desde os primeiros dias do regime soviético”. Prova da importância da disputa entre Fischer e Spassky é que, como consequência da derrota, o enxadrista russo passou a ser malvisto no próprio país e se mudou para a França, onde continuou jogando e competindo em torneios.
Com sete episódios, a minissérie O Gambito da Rainha está disponível na Netflix.
