Me considero roqueiro desde sempre. Quando mais jovem (século passado) gastava o pouco que sobrava do meu salário comprando discos de vinil (acabei de confirmar minha idade, haha) e depois disso, CD’s.
Sim, nesta época não existia Spotify, Deezer, e música digital como um todo. Se você queria ouvir algo sem depender de ter sorte dela tocar numa rádio qualquer, tinha que comprar. O disco todo, mesmo gostando apenas de uma das músicas.
Me lembro quando comprei o “The Dark Side of The Moon”, do Pink Floyd. Isso foi lá para os anos 90, mas já era um disco conceituado (lançado em 1973), considerado (já na época) um clássico, mas que todo roqueiro “raiz” deveria, pelo menos, conhecer as músicas.
Cheguei em casa e ouvi. Uma, duas, três, diversas vezes. Pensava: como pode ter tanta música boa no mesmo disco? E aquilo foi um divisor de águas para mim. Me apaixonei por bandas de rock “clássicas”, já na época consideradas por muitos como antiquadas.
Pink Floyd, Led Zeppelin, Deep Purple, Black Sabbath, AC/DC, Iron Maiden, Doors, e tantas outras que são verdadeiras lendas da música mundial. Eu ouvia “coisas novas” também, mas as antigas me fascinavam.
Em 2015 realizei um sonho: Fui ao Show do David Gilmour, que em 1973, junto com Roger Waters, foi responsável pelo disco já mencionado acima. O show em si foi 90% Pink Floyd e algumas poucas músicas próprias, tão boas quanto.
Um espetáculo que, para aqueles que como eu têm o Rock como gênero preferido, com certeza se emocionaram.
Pois bem, mas porque contei toda esta historinha? Explico. Há alguns anos atrás decidi fazer uma tatuagem. Seria minha primeira (na verdade acabei fazendo 3) mas precisava ter um significado importante, afinal “tatuagens são para sempre˜.
Pensei em frases de efeito, símbolos disso ou daquilo, enfim, pensei em diversas coisas. E então me lembrei que há alguns anos antes eu havia visto uma “ideia” de tatuagem do símbolo do álbum “The Dark Side of The Moon” saindo de uma parede de tijolos. E fiz.
Acabou virando minha marca registrada, quando alguém faz algum tipo de zoação ou comentário sobre gosto musical, eu rapidamente mostro a tal tauagem e falo: “Me respeita, sou roqueiro!” 🙂
Um tempo atrás, minha sobrinha soltou a seguinte pérola: “Nossa Tio, que legal esta sua tatuagem de Unicórnio”. E de fato, para os mais jovens que não sabem do que se trata, parece apenas mais um desenho qualquer com arco-iris.
Muito que bem. Eis que me deparo hoje com uma notícia no Instagram da RadioRock, falando sobre algo curioso:
“O Pink Floyd anunciou nesta última quinta-feira (19) o lançamento de um box de luxo com a remasterização do icônico disco “The Dark Side Of The Moon”, de 1973. Para comemorar, o grupo reinventou sua arte original, um prisma sendo atingido por um feixe de luz o transformando em um arco-íris.
A nova imagem – que ilustra esta publicação – mantém o prisma triangular do desenho original e substitui o feixe de luz pelo número 50 com o zero preenchido com um arco-íris. E foi aí que nasceu uma polêmica. Depois que a banda trocou a foto de perfil de sua página do Facebook pela imagem atualizada, usuários (radicais) da rede contestaram a mudança, gerando uma série de comentários com críticas homofóbicas à inserção do arco-íris na arte.
Conforme relata o jornal britânico The Independent, fãs da banda começaram a responder os comentários homofóbicos no post. Alguns escreveram coisas como: “Achei que era uma piada e tive que vir ver com meus próprios olhos. As pessoas estão realmente tendo acessos de raiva por causa do arco-íris que SEMPRE esteve lá naquela capa icônica?”.
Um segundo respondeu sarcasticamente: “Eu amo como as pessoas são incrivelmente tacanhas”, enquanto outro comentou: “Você sabe que é homofóbico quando fica bravo com o arco-íris que sempre foi a marca do Pink Floyd”, emendando uma explicação: “Esse brilho no triângulo representa o início da vida e todos os caminhos percorridos e influências ao longo dela”.
Há um print que já circula a todo vapor no Twitter, no qual é possível ver parte dos ataques que ocorreram, principalmente momentos após a mudança da foto de perfil”
Sim, o Pink Floyd vai lançar um Box de Luxo do disco pelos 50 anos de lançamento do álbum e receberam UM MONTE DE COMENTÁRIOS HOMOFÓBICOS de um bando de energumeno, que nem sequer sabe que este símbolo esteve aí por 50 anos, representando a capa do disco e em muitas ocasiões até mesmo a banda.
Alguns elogiando, alguns dizendo que é uma “lacração desnecessária”. Cara, sério, a facilidade de informação que temos hoje deveria ser algo bom, e positivo. As pessoas que comentaram ali sem ao menos saber do que se trata, alegando lacração ou bobagens do tipo, deveriam gastar o tempo pesquisando a história da banda, do disco e ai sim comentar. Mas como dizem por aí, Twitter é para “destilar veneno”.
Enfim, fiquem agora com o vídeo de lançamento do BOX.
E para facilitar a vida de vocês, aqui tem uma PlayList com todas as músicas do Álbum.